segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Os Muros

Em uma das aulas do CC Campos das Humanidades, discutimos em sala sobre uma das questões que são tabu em nosso planeta, os muros. Porém não simplesmente os muros que rodeiam casas e condomínios mas muros que segregam e carregam em seu concreto inúmeros problemas que assolam a vida humana em sociedade.

Disso a professora Regina Soares, ministrante do CC, disponibilizou em nosso portal o Sigaa, videos de uma serie realizada pelo canal Tv Folha, que tratava sobre os vários muros mundo a fora. Para introduzir em sala de aula foi realizado uma dinâmica onde todos os alunos presentes se dividiram em grupos e sendo cada grupo responsável por elaborar ugamentos a favor e contrários a existência dos muros.

Nos videos temos muros retratados na fronteira entre Estados Unidos e México, Quênia e Somália, Servia e Hungria, Israel e Cisjordânia, Brasil e por fim no Peru. Minha equipe ficou responsável por reportar o vídeo referente ao muro que entre Israel e Cisjordânia. Abaixo é possível ter acesso ao vídeo:



A partir disso alem de assistir o material disponibilizado realizamos uma pesquisa mais profunda sobre o conflito social que ocasionou o nascimento do muro. Na dinâmica a gente pode aprender de forma lúdica o que os colegas também pesquisaram, teve colegas que encarnaram de fato o papel de defensores (mesmo sendo contrários), o que proporcionou uma melhor concepção sobre os problemas e possíveis soluções para que esses muros deixem de existir ou que permanecesse caso fosse eficiente na função desejada.

Em maioria dos casos (se não na totalidade) os muros apresentados se apresentavam como uma especie de solução para amenizar algum problema social geralmente ligado a questões de segurança. Onde um determinado grupo se sentia ameaçado com a presença de outro e para evitar conflitos diretos ou outros problemas tornaram o muro como uma solução. 

No caso do muro em Israel o conflito histórico entre o povo israelense e palestino esta diretamente ligado a existência desse muro. O conflito nessa zona se ocasiona principalmente por questões territoriais, onde vemos o povo palestino pouco equipado de modo desesperado tentando enfrentar a autoridade que o estado de Israel impõe sobre eles. Nesses enfrentamentos muito sangue foi derramado durante décadas, até que houve a proposta da construção do muro, assim após a construção houve uma redução dos ataques feitos por palestinos no território israelense. 

Porém quando construído o muro acabou trazendo com ele algumas dores, tirando o direito de pessoas de circular livremente por terras que antes elas produziam ou tinham uma certa ligação familiar ou pessoal. Além de dificultar a entrada de pessoas que trabalham em Israel. Vou mais além quando afirmo que o muro também serve para menosprezar o povo palestino, que curiosamente hoje é um povo que possui um estado considerado membro da ONU com status de Estado Observador, e possui um reconhecimento similar ao de Israel que foi fundada em assembleia geral da ONU. 

Para o muro deixar de existir, ou melhor colocando, para o conflito sessar é necessário que ambos os povos abram mão de algumas das exigências. Porém as ultimas noticias que se tem não são animadoras para aqueles que sonham com o fim do conflito, o governo de Trump decidiu de modo arbitrário mudar a sede de sua embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, além disso o congresso israelense decidiu instituir o estado de Israel como um estado Judaico e admitindo apenas a língua judaica como a oficial, essas manobras claro ocasionou muitos protestos da comunidade árabe e internacional, pois foi pivô de conflitos entre soldados israelenses e civis palestinos, chegando a alguns serem assassinados por soldados de Israel em protestos.   

Diante disso é possível afirmar que dificilmente esse muro deixará de existir nas próximas décadas.

domingo, 5 de agosto de 2018

Debate em sala

Em uma das aulas do CC Campos das Humanidades, tive o privilegio de poder participar de um debate provocado pela professora Regina Oliveira, referente a algumas de questões que ainda são tabu em nossa sociedade. A visão dos imigrante em relação a aceitação no Brasil e a questão da implantação da politica de cotas em universidades. Abaixo você pode assistir a ambos os videos apreciados em sala de aula:








O mais interessante desse debate é poder encarar a questão de como o outro vê aquilo que ele determina como seu espaço. Em ambos os videos vemos relatos de pessoas que até então seriam estranhos em um certo ambiente em que predominantemente já existia um grupo e esse grupo por vezes reage de algum modo a presença desses indivíduos.

No caso dos Angolanos fica nítido o quão muitos brasileiros ainda tem em si uma bagagem destorcida de como encarar seus imigrantes, muitos dos discursos apresentados demonstram o quão regado de preconceitos e esteriótipos é a nossa visão sobre o povo africano. Aproveito ate para fazer de certo modo um link ao que foi descrito no post sobre o risco de uma unica historia, onde vemos a concepção equivocada de muita gente em relação ao povo de países da Africa. O desconhecimento para com o que esses indivíduos são torna para muitos de nossos compatriotas  esses indivíduos uma especie de desconhecido, um estranho que invade seu espaço e que muitas vezes não é bem visto nesse ambiente, prova maior disso é o desentendimento e os constantes conflitos ocasionados pela presença de imigrantes venezuelanos em Roraima.

No caso do vídeo que trata sobre a implantação da politica de cotas na USP o que há de similar é a reação não muito positiva dos atores sociais que naquele espaço já estavam estabelecidos, a presença de estudantes negros na USP é algo muito baixa em relação a muitas universidades publicas no Brasil. Essa ausência decorre  por conta de inúmeros fatores raciais e sociais encrustados em nossa sociedade que privilegia o homem branco em detrimento do jovem negro, primeiro por encarar uma sociedade que respira em suas diversas instancias a instalação de um racismo sistêmico, que coloca nosso povo negro em um lugar de subalternização, que atribui cargos com menos valorização a negros, que impõe ao jovem muitas vezes ter que abandonar o estudo ou conciliar a vida de estudante com a de trabalho para ajudar a por um prato de comida na mesa, segundo que nosso sistema publico de educação básica é falho, mesmo havendo na lei a obrigação de se fornecer um ensino para todos os brasileiros nos vemos que por muitas vezes essas palavras não saem do papel. 

Por conta de um conjunto de fatores que torna nossa estrutura educacional em muitos lugares deficientes com nossos professores mal valorizados, com muitos estudantes de licenciatura tendo uma formação rasa, pois não há um interesse em se investir mais em educação, por muitas vezes as aulas são canceladas por falta de merenda, energia, água e professores, e esse jovem que passa por tudo isso quando conclui o ensino médio se tiver a oportunidade de sonhar em fazer um ensino superior ele tem que competir por uma vaga com outros estudantes, muitos desses estudantes nunca precisaram trabalhar, nunca perderam aula e muitos de seus professores tiveram uma qualificação tão boa que lhe fizeram conceber melhor todos os assuntos. Disso vemos turmas de medicina majoritariamente formadas por brancos, filas de desempregados brigando por vagas de emprego composta majoritariamente por negros.




No vídeo alguns alunos entram em salas de aula para dialogar com outros alunos com relação a importância de se promover a politica de cotas na USP e alguns alunos na sala manifestam-se contrários a presença deles na aula pois estariam incomodados com o fato de não estar tendo a aula a qual eles estavam tendo. Visivelmente fica nítido o incomodo de membros daquele grupo com a presença desses indivíduos que la dialogavam em implantar uma politica que tornaria mais complexo a entrada de muitos dos já habituados ocupantes desse espaço. Nossas universidades por seculos foi espaço das elites brancas e com o sucesso da politica de cotas em abrir espaço para que jovens que antes não tinham possibilidade de estar em uma universidade hoje eles estejam ocupando esses espaços, porém essa conquista por muitos é vista como uma ameaça que deve ser barrada.

É extremamente lamentável ver em nosso país o quanto ainda os privilégios existem e pior ainda ver os privilegiados reagindo contra politicas que são necessárias para auxiliar os que mais precisam. Estamos em um período preocupante que sem duvidas ainda deve causar muitos calafrios.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

SEGUINDO NO PERCURSO DA EDUCAÇÃO

''Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. ''Paulo Freire

Imagem Google: Retrato de Paulo Freire

Educar vai além de transferir conhecimento, educar é aprender ensinando, é dividir o pouco que se sabe e assim criar mais ideias. Pensando em uma educação que aprende junto e ensina aprendendo que comecei a questionar o papel da educação para nossa sociedade.
Que tipo de educação precisamos? Qual é o meu papel neste processo? Foi com estes questionamentos que entro na UFSB encantado por um modelo de ensino inovador, inclusivo, que pensar sobre os diversos saberes e sua importância na sociedade. Hoje me vejo com a necessidade de ser um agente da educação, ser um educador é um sonho que vem sendo construído durante minha passagem por essa instituição.
Por ver a possibilidade fazer parte da construção de uma educação transformadora tenho escolhido ser professor, confesso que tenho muitas barreiras pela frente em uma país que não valoriza a educação e tão pouco o educador. Mas não poderia ser eu, sem o sonho de transforma a realidade, ver na educação a verdadeira revolução, ter um Brasil mais justo para que todos possam ser livres e só ela tem o poder de emancipar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Importância do senso comum para o conhecimento cientifico

Com certeza em sua casa por diversas vezes algum parente lhe indicou algum tipo de chá visando ajudar a passar alguma enfermidade ou sintoma que você tenha apresentado. Tudo isso faz parte do conhecimento popular, conhecido como senso comum, aquela dica caseira que muita gente lhe da só que não possui muitas das vezes comprovação cientifica. Se liga no vídeo abaixo:




O que muita gente não imagina é que muitos desses conhecimentos, por vezes ignorados pela academia, são eficientes e por vezes serviram como amparo para nortear pesquisas cientificas entorno de alguma questão levantada sobre a veracidade desse conhecimento popular.

Um caso famoso é de uma pesquisa realizada na UNIFAL de Minas Gerais, em que os pesquisadores comprovaram que o chá feito das folhas de Pitanga-do-cerrado, é eficiente para o controle do diabetes. Esse estudo nasceu após os pesquisadores verem que não havia nenhuma referencia literária que comprovasse a eficacia desse chá no tratamento do diabetes e que mesmo assim esse chá já vinha sendo usado por populares para fins de auxiliar no tratamento da doença. Abaixo é possível ver uma reportagem feita pelo programa Globo Repórter tratando sobre  essa pesquisa:




Com isso é possível enxergar o quão importante pode ser o conhecimento popular, tanto para a manutenção de nossa existência quanto para o conhecimento cientifico.