quarta-feira, 18 de julho de 2018

Riscos de uma unica história

Sabe aquela frase que muitos ouviram quando eram crianças e deixavam algo no prato de comida? Aquela "Você não vai comer tudo? Não pensa nos meninos da Africa?" muita gente com certeza  já ouviu de alguém próximo essa frase, o que não se imagina é o quão negativa ela pode refletir na formação dessa pessoa que ouve.

No portal Sigaa a Professora Regina Oliveira, que ministra o CC Campos das Humanidades, disponibilizou para os discentes um vídeo que trata sobre o "Perigo de uma unica historia", o vídeo gravado durante uma palestra onde a escritora Nigeriana Chimamanda Adichie ela relata historias que ela pode vivenciar para fundamentar o porque ela acreditava ser um perigo concebermos apenas uma unica historia. Abaixo é possível ver o vídeo na integra:


No decorrer do vídeo pude analisar o quão carregado de esteriótipos e preconceitos, era minha visão para com alguns povos, essa visão muitas vezes regada pela construção cultural de tive advinda principalmente pela industria cultural, acerca de lugares e pessoas que nunca tive contato ou possibilidade de ver como de fato elas vivem em sociedade. Disso desde criança eu acha lindo ver a astros brancos de Hollywood adotando crianças de países emergentes da Africa, ou simplesmente confundia o continente africano como se fosse uma só nação, com um só povo que vivia em constante conflito e necessitava da ajuda dos países mais ricos para ter alimentos. 

Todo esse ponto de vista foi alimentado por filmes que assistia, por novelas, livros, da boca de professores, parentes e amigos. E ela só pode ser um pouco descontruida a partir do momento em que um país africano sediou a copa do mundo, quando começou a mostrar na mídia que no continente africano tinha um país localizado no extremo sul onde havia um povo com uma economia similar ao do Brasil, que tinha riquezas, que tinha uma cultura diferente da que via em filmes, que vivenciou uma luta politica pois existia brancos que la viviam e segregavam o povo negro, que naquele país africano nevava em alguns lugares.

Esse preconceito constituído em mim que alias ressalto hoje após ver tudo isso sinto-me envergonhado por ter compartilhado de tais pensamentos, ele é constantemente difundido para milhares de pessoas em vários lugares do globo terrestre. Tudo isso nós é apresentado constantemente e não pense você que esse equivoco de levar em conta uma unica historia ocorre apenas com o povo africano como vitima, mas dentro de nossa nação temos pessoas que acreditam que no norte e nordeste do país só existe pobreza, e nunca se passa na mente de algumas pessoas que em Manaus haja um polo tecnológico, ou que o Acre seja um estado em que seu povo tenha acessoa a internet (sim acreditem já ouvi isso de um amigo Capixaba).

Ter apenas uma unica historia é ruim pois liga diretamente um certo personagem que muitas vezes retrata um povo a um determinado arquétipo que na maioria dos casos não é verdadeiro, como o fato de achar que todo nordestino tem um sotaque igual, o que leva muitos amigos de fora da região sul da Bahia a vim se assustar com o modo que falo, eu também sou nordestino, baiano porém por vezes me questionavam porque minha forma de falar era tão distinta do modo de falar que eles veem por exemplo na novela Gabriela ou o filme Ó pai, Ó. 

Quando enxergamos de modo mais diversificado os retratos de um povo e tornamos possível que um povo possa mostrar perante o outro os seus diversos atores sociais, damos margem para que  as pessoas entendam que existe sim baiano com diferentes sotaques, que tem internet, shopping, aeroporto e asfalto no Acre e que Manaus é uma das mais importantes capitais com seu polo industrial. Só assim cai por terra esses esteriótipos.