terça-feira, 26 de março de 2019

Desigualdade Social como agravante da pobreza

É que o de cima sobe e o de baixo desce!

Da esquerda para a direita, o clube dos homens mais ricos do mundo: Bill Gates, Amancio Ortega, Warren Buffett, Carlos Slim, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Larry Ellison e Michael Bloomberg. (Foto retirada da internet)


Em 2017 a BBC Brasil publicou em seu site uma noticia um tanto quanto curiosa, nela informa que os 8 bilionários que têm juntos mais dinheiro que a metade mais pobre do mundo. Se essa noticia não te faz acender uma luz de alerta não fique assustado, você foi ensinado a entender que essa realidade faz parte da ordem natural de nossa sociedade capitalista.

Questão é que essa naturalidade com que tratamos as desigualdades sociais advém principalmente de uma fé que possuímos muitas vezes de fazer parte do clube dos ricos. Sonhar com uma provável mobilidade social em que alguém deixa de ser pobre para ser rico é uma realidade pois no capitalismo é vendido essa ideia, porém qual a possibilidade de um dia isso ocorrer? O quão distante hoje esta as pessoas mais pobres das pessoas mais ricas?





No vídeo acima é exposto uma pesquisa realizada por um economista que é professor na universidade de Havard onde ele fez um levantamento sobre o que as pessoas pensam ser a desigualdade entre ricos e pobres nos EUA, o que elas acreditam ser o ideal para a sociedade e por ultimo a real desigualdade que existe entre ricos e pobres nos EUA. Após apreciar os dados expostos é possível encarar que o cenário de desigualdade, não somente nos Estados Unidos, mas no mundo é alarmante. 


Por isso o o sociólogo e filosofo polonês Zygmunt Bauman fez uma analise critica sobre esse tema e posteriormente escreveu um livro que em seu titulo já trás um questionamento "A riqueza de poucos beneficia todos nos?" e no decorrer do livro ele rebate a ideia de que o mercado seria o responsável por corrigir a distancia que há entre ricos e pobres. Esse livro em questão foi discutido em sala de aula no CC Universidade e contexto planetário, em uma dinâmica promovida pelo professor que possibilitou a participação de todos os alunos do componente, o primeiro capitulo do livro foi destrinchado para que os alunos tivessem a possibilidade de ler trechos e desses trechos sintetizar algo para comentar para os outros colegas. 


No trecho que eu fui responsável de ler e explanar aos colegas Bauman apresenta alguns dados do prefácio do Human Development Report do Programa de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, de 1998 onde é apresentado que  20% da população mundial abarcavam 86% de todos os bens produzidos no mundo, ao passo que os 20% mais pobres consumiam apenas 1,3%. Quinze anos depois a situação era de 20% dos mais ricos da população mundial consumindo 90% dos bens produzidos, enquanto os 20% mais pobres consumiam 1%. 


Recentemente a OCDE divulgou dados mostram que no mundo a chamada classe media vem diminuindo de tamanho e a camada de pessoas na linha da pobreza vem aumentando, tudo isso decorrente, principalmente, de mais uma crise que o capitalismo passa. O que ocorre é que da forma que esta sendo feita a relação financeira em nossa sociedade, quem nasce rico fica cada vez mais rico enquanto aqueles que nascem pobres tornam-se cada vez mais pobre e com esse enriquecer de quem já é rico, cria um enorme abismo entre as pessoas que fazem parte de cada um dos grupos, ocasionando assim uma maior dificuldade de ascensão social para os que estão na linha da pobreza. Essa reflexão me fez lembrar do texto sobre o acumulo de riqueza onde questiono sobre a necessidade humana de ter coisas que por vezes ele não vai utilizar no decorrer de sua vida.


Será que de fato e justo então viver em um mundo com desigualdades? É justificável poucos terem muito enquanto uma grande parcela tem tão pouco? Deixe sua opinião nos comentários.