Partindo da premissa de que uma árvore possui mais valor comercial morta que viva, podemos analisar o quão a sociedade de consumo em que vivemos é um risco para a sobrevivência da vida no planeta. A exploração ambiental a séculos movimenta a economia das sociedades, com a Revolução Industrial foi agravado a prática de exploração humana do meio ambiente o que aumentou a degradação de vários ecossistemas. Será que do século XVIII para a contemporaneidade estamos caminhando desgovernadamente para o fim da vida na Terra?
Com o êxodo rural ocasionado pela mecanização do campo e o eventual aumento de cidades industrializadas, houve uma maior exploração de recursos naturais para fins industriais, o território inglês era responsável no século XVIII por cerca de 90% da produção de carvão mundial, esse carvão assim como o petróleo, gás e outros recursos naturais, era o vetor da energia utilizada pelas indústrias da época. E com o crescimento abrupto dessas zonas industriais surgiu também vários problemas advindos dessa exploração, não apenas dos recursos naturais, mas também da força humana.
Disso autoridades sanitárias relataram em documentos que houve um grande aumento de epidemias, distúrbios mentais, infanticídios e suicídios ocasionadas justamente por essa exploração. Puxando esse debate para contemporaneidade, vemos que a origem da pandemia de SARS-COV-2, também está correlacionada a exploração ambiental tendo em vista que a suposição é de que a origem do vírus pode estar relacionada ao contato com morcegos, ou seja,contato em virtude da exploração da vida selvagem.
A exploração humana do meio ambiente pode resultar em novas pandemias, já que estima-se que ainda existem milhares de outros vírus ainda desconhecidos e com os mesmo potenciais infecciosos da Covid-19 “adormecidos” no meio ambiente. Quando as mazelas antes situadas apenas nas zonas periféricas começam a atingir as residências da burguesia, essa elite se viu na necessidade de pensar em alternativas para reduzir esses danos, assim desde o século XVIII possuímos registros de um surgimento da valorização do meio ambiente, mesmo que ela seja sob uma ótica muito romantizada.
Essa ação da burguesia de retratar costumes que valorizavam zonas verdes para práticas de leituras, passeios em família e outras ações nos campos é provavelmente a origem da ideia de uma valorização ecológica, mas essa com o tempo essa valorização não se restringiu apenas a burguesia, sendo abraçada por diversos setores da sociedade, no Brasil, por exemplo, é muito evidente a atuação de movimentos indígenas, ou rurais como o MST, religiosos como a CPT na luta pela preservação do meio ambiente.
O professor de ecologia antes de tudo também deve ser um militante de causas ecológicas, quando alguém se propõe a construir em escolas debates relacionados ao contexto atual em que se encontra o meio ambiente, esse professor possibilita ampliar a discussão de políticas sociais que visem ampliar práticas sustentáveis na sociedade. Favorecendo após a inserção desse debate na política local, a aplicação de medidas que buscam reduzir o impacto da exploração humana no meio ambiente, e derrubando a ideia de que para haver crescimento econômico precisa haver exploração ambiental e evidenciando que podemos construir práticas sustentáveis para um mundo melhor.